segunda-feira, 24 de novembro de 2008

PalhetadA

Meu partido é um coração partido

Por Jack Starman

A década era a de oitenta, muitas mudanças aconteciam em vários âmbitos no Brasil. Desde a moda das discotecas, passando por transformações políticas, até novos estilos musicais que surgiam. Se pudéssemos dizer qual a cara dos anos 80 no Brasil, com certeza esse rosto se chamaria Rock’ roll.

A revolução das guitarras e baterias pulsou forte na mente dos jovens daquela época, se juntando ao movimento de redemocratização que o país passava, e os novos ares pós uma ditadura de 20 anos. Esse novo momento político pode ser visto refletido em muitas músicas dos grupos de rock que explodiam a tordo e direito. Muitas foram às bandas que ecoaram seus gritos de liberdade de expressão contra o regime político que estava por cair, as censuras existentes e as instituições que por anos auxiliaram na existência dos militares no poder.

Os sete Titãs bradavam “policia para quem precisa de policia”, Paulo Ricardo e o RPM tentavam “tomar” o radio pirata de volta, o Ultrage a Rigor vinha com seu “Nós somos Inútil”, A Plebe Rude perguntava “até quando vamos esperar a plebe se ajoelhar?” e assim a voz do jovem era ouvida em rádios, festivais e rodas de violão país afora. Um desses grandes nomes e que sabia falar sobre política e costumes da sociedade muito bem era Cazuza, o cantor que surgiu para o estrelato com a banda Barão Vermelho e depois seguiu em carreira solo, cantava bem a realidade brasileira do momento.

Uma de suas músicas mais fortes foi Ideologia, onde questionava o futuro que se mostrava no momento após tantas decepções, mortes e falsas promessas. Na sua letra ele trazia a desesperança com os partidos políticos, movimentos revolucionários, e outros setores da sociedade brasileira:



Paradoxalmente, em outra música Cazuza traz um grito de “despertar” à nação quando diz: “Brasil! Mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim”, trecho da canção Brasil que questionava o comodismo e falta de atitude do povo brasileiro mesmo após o retorno da democracia ao país.



Cazuza morreu há 18 anos atrás, bem no fim de uma fase auréa do rock nacional, e , na opinião deste que voz escreve, com ele uma parte desse espirito rockeiro também se foi.

6 comentários:

Anônimo disse...

One!

Anônimo disse...

Grande Cazuza.

"Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades."

Anônimo disse...

Cazuza é oteeeemoooo


+ o filminho vagabundo q fizeram dele hein...

Anônimo disse...

"Meus inimigos estão no poder"

Não é gozado como - mesmo com a democracia de volta - eles continuam no poder?

...

Não, não é engraçado. É trágico!

E Cazuza era um poeta.

Anônimo disse...

Contratado Star!

eu não sou muito fã do cazuza, confesso mas negar a sua importancia no rock brazuca seria burrice...a cada música do barão com o cazuza a frente era um tapa na cara do povo!
Assim como os citados, Titãs,Ultraje,RPM,Plebe Rude e outras bandas nacionais que vez ou outra daria uma cutucada no gorverno..nesse tempo o HardCore nacional tbm dava seu grito com o Ratos de porão, Gritando HC, Inocentes e por ai vai...todos criticando o sistema através da música como uma forma poderosa de expressão e assim é até hoje! Por isso me da nojo de ouvir créu,latino e merdas do tipo que só dão trabalho pro Algures abrir os olhos dos bitolados que acham bonitinho uma criança cantando "joga lá no meio mete em cima e mete em baixo!....sem mais.

Anônimo disse...

Ah, e sem contar Duende os NxZero, Fresnos e afins que "representam" o Rock hoje em dia no grande público.

Uma tristeza.