quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Ser Supremo



Os Quadrinhos e o Mundo.

Parte 1: O Mundo Muda.

- Contém spoilers de fatos ainda não mostrados no Brasil, leia por sua conta e risco.

Vamos falar do Capitão América, símbolo patriótico máximo da Marvel Comics, personagem criado para combater nazistas lazarentos que durante a Segunda Guerra almejavam acabar com a democracia, instaurando uma tirania satânica no mundo todo! Os heróis americanos nunca poderiam permitir que isso acontecesse, a molecada da gringolândia se esbaldava com as aventuras do bandeiroso e seu parceirinho Bucky contra os inimigos da liberdade!

Tudo a mil maravilhas até acabar a guerra, o Capitão perde sua utilidade e é engavetado, congelado por trocentos anos. O resto vocês já sabem, é encontrado pelos Vingadores, descongelado, torna-se integrante do grupo, vira um modelo de liderança, bom comportamento, moral e honra. E suas historinhas seguiam um curso normal com altos e muitos baixos até o Onze de Setembro.

O sonho americano utópico construído até a queda do muro de Berlim morreu de vez com a as torres Gêmeas, onde o americano babão abre mão de sua liberdade em prol da sua segurança, o tal do Patriotic Act. É inegável o fato de que os quadrinhos sofrem influência do contexto mundial em que são criados, muitas vezes com uma alta consciência de seus escritores! Isso na verdade é algo bastante comum, afinal por mais fantásticas e fora da realidade que sejam as histórias, elas saem da mente de escritores humanos, cujas idéias derivam daquilo que vivenciam, direta ou indiretamente.

O simbolismo traduzido nos quadrinhos é fantástico e direto: um grupinho de Zé Ruelas superpoderosos faz cagada, mata trocentas pessoas, inclusive criancinhas lindas e inocentes. Os americanos reagem decidindo cadastrar e treinar os Super Heróis, quem se recusar é preso! De um lado temos o Homem de Ferro defendendo o registro e de outro, pasmem, o Capitão América defendendo a mesma liberdade que sempre defendeu desde os tempos da Segunda Guerra, só muda o nazista chefe. O fim da guerra civil que mostra a liberdade sendo extinta quando Stark ganha a guerra, mata-se o antigo, o tradicional e inocente período para acrescentar o novo, moderno contexto mundial.
O Capitão América se rende, a liberdade se entrega. Steve Rogers é preso, leva um balaço no peito, morre. O velho americano está morto.

Surge então o novo Capitão América, com um visual mais agressivo na figura de seu ex-parceiro mirim Bucky. Agora um assassino com um braço de ferro que porta além do escudo, uma arma de fogo! Ainda prefiro o Capitão representando o lado mais inocente e democrático, usando seu escudo para proteger inocentes, sendo um herói que toma leite. Sempre vi o capitão como um representante da América, e na minha humilde e correta opinião, a verdadeira América está no coração de seu povo e não em seus governantes! Pra mim, o Capitão América é a encarnação dos desejos de liberdade e esperança de um povo. Se o Novo capitão América é assim, significa que algo está mudando no pensamento coletivo americano, a tendência agora é a segurança em detrimento da liberdade.

Um dos motivos pelos quais nunca daria certo um "Capitão Brasil”: Aqui todo mundo age como se o povo tivesse perdido a inocência, sem aquela esperança de que as coisas um dia dêem certo, mas a verdade é que, como todas as pessoas de bom coração, o povo brasileiro se coloca uma fachada de desesperança e de conformismo, achando que para heróis funcionarem aqui no Brasil, só nos moldes de Capitães Nascimento da vida: violentos, torturadores, sem pudor nenhum de fazer o que for necessário para deter os criminosos, machos pra caramba! Tudo isso porque é mais fácil de lidar com a realidade atual assim.

O Mundo muda e os quadrinhos acompanham essa mudança, como toda mídia é influenciada pelo contexto e pelas tendências que vivenciam em sua época.

Na semana que vem vou falar de parceiros mirins, de como essa moda era bem comum até os anos setenta e de como foram abandonados quase que completamente até retornarem com tudo em nossa década!

13 comentários:

Romenique Zedeck disse...

AEEEEEEE

1º na coluna do ser supinpa, quero dizer supremo!!!

Só esqueceu de dizer q o Capitas antigo tomava leite de pera e ovomaltine morno!


hauahauhauha



Parabens pela coluna! Que venham outras más, quero dizer, mais

Anônimo disse...

Mto boa a coluna de estréia.

Embora eu ache o nacionalismo americano exagerado demais, (pelo menos pra quem vê de fora é essa a impressão que dá), acredito que um pouco disso por nosso pais faria bem ao Brasil.

Não que precise chegar ao ponto de termos uma Capitão Brasil por exemplo, hehehe

Anônimo disse...

Infelizmente o Brasil se torna patriota de 4 em 4 anos com a chegada da copa do mundo! O Patriotismo americano é uma marca do país, até mesmo a tragédia do 11 de setembro foi transformado num sentimento patriota ainda maior. E como disse o Freud, só um poquinho disso no Brasil faria um bem danado.

Eduardo disse...

Freud, v e turma:
Meus parabéns pelo blog, muito promissor.
Se os MDMs não se cuidarem, vão cair pra segunda!
PS: aqui eh o jack bauer

SickNess disse...

Mandaram bem, o blog ta bem bacana, num li tudo ainda, pra falar a verdade li so essa coluna...

vamos ao post:

eu acho engraçado a galera criticar o patriotismo americano, mas muitos daqui não lembram que nos não somos patriotas, que, como o Duende Amarelo disse, viramos isso so na epoca da copa do mundo e quiça Olimpiadas, eu admiro o amor que os caras la te sobre seu pais e se nos teivessemos um pouquinho, teriamos mais força pra resolver os problemas de nosso pais...

p.s.: sou fanzaço do Capitão, e tambem sou o Junior_1 dos coments do MDM!! auiheiu

Romenique Zedeck disse...

Não é só ous USAses pue são patriotas... Basta olhar do lado, A Argentina, com seus agentinos (dã) mediocres, xexelentos e ruins de futebol mas são muito mais patriotas q nós...

Skrull da Terra 13

Romenique Zedeck disse...

Não é só ous USAses pue são patriotas... Basta olhar do lado, A Argentina, com seus agentinos (dã) mediocres, xexelentos e ruins de futebol mas são muito mais patriotas q nós...

Skrull da Terra 13

Anônimo disse...

nao dá pra eu falr mto de cap america pq nunca acompanhei o personagem.... comecei a gostar dele no Supremos e na Guerra civil..... e nas duas não é o cap q toma leite q domina as historias....
mas sobre o lance do patriotismo...
o cap é o reflexo do heroi americano... e esse novo cap só vem pra provar o qnto mudou essa "imagem" de heroi para os americanos... trocando o escudo pela arma!

Al Lock, O Ser Supremo! disse...

Na verdade, até que brasileiro é patriota sim. Mas não nos conceitos americanos ou Europeus. Gostamos sim do país e os defendemos com afinco quando podemos fazê-lo sem chamar a atenção. Como exemplo cito uma conversinha de boteco onde duas pessoas que foram para gringolândia Europeia destacam que aqui a carne é mais barata e não entende por que os porcões franceses não tomam banho...

Somos patriotas discretos, egoístas e hipócritas... exatamente do mesmo tanto que somos racistas! Ninguém admite por que é feio, podem rir da tua cara... mas quando tem copa pode!

Anônimo disse...

Pior que sou obrigado a concordar com o Lock, inclusive já falei para alguém praticamente a mesma coisa que ele colocou na coluna (seria plágio? Processoooooooooooo), mas adiciono ao comentário que, para mim o Capitão américa funciona mais como mártir, ou seja, um car amorto que por causa disso se tornou um símbolo de verdade e justiça, do que tendo revista mensal, seja com o original ou com um substituto.

COncordo também com a questão do Brasileiro ser patriota, mas tem vergonha de admitir, pois, parafraseando um poeta, "em terra de corruptos, tenho vergonha de ser honesto", o mesmo se aplica à ser patriota.

Anônimo disse...

Texto grande, pouco tempo, depois leio quando nao tiver numa lan.

Anônimo disse...

Agora sim, para esses simbolos patriotas servem mais mortos que vivos por inspirarem esperança, já dizia o Batman para o Super em Crise Infinita 1.

Al Lock, O Ser Supremo! disse...

A marvel que o diga, as vendas do capitão america defunto estão vendendo trocentas vezes mais do que quando o cabra tava vivo!