Os Quadrinhos e o Mundo.
Parte 1: O Mundo Muda.
- Contém spoilers de fatos ainda não mostrados no Brasil, leia por sua conta e risco.
Vamos falar do Capitão América, símbolo patriótico máximo da Marvel Comics, personagem criado para combater nazistas lazarentos que durante a Segunda Guerra almejavam acabar com a democracia, instaurando uma tirania satânica no mundo todo! Os heróis americanos nunca poderiam permitir que isso acontecesse, a molecada da gringolândia se esbaldava com as aventuras do bandeiroso e seu parceirinho Bucky contra os inimigos da liberdade!
Tudo a mil maravilhas até acabar a guerra, o Capitão perde sua utilidade e é engavetado, congelado por trocentos anos. O resto vocês já sabem, é encontrado pelos Vingadores, descongelado, torna-se integrante do grupo, vira um modelo de liderança, bom comportamento, moral e honra. E suas historinhas seguiam um curso normal com altos e muitos baixos até o Onze de Setembro.
O sonho americano utópico construído até a queda do muro de Berlim morreu de vez com a as torres Gêmeas, onde o americano babão abre mão de sua liberdade em prol da sua segurança, o tal do Patriotic Act. É inegável o fato de que os quadrinhos sofrem influência do contexto mundial em que são criados, muitas vezes com uma alta consciência de seus escritores! Isso na verdade é algo bastante comum, afinal por mais fantásticas e fora da realidade que sejam as histórias, elas saem da mente de escritores humanos, cujas idéias derivam daquilo que vivenciam, direta ou indiretamente.
O simbolismo traduzido nos quadrinhos é fantástico e direto: um grupinho de Zé Ruelas superpoderosos faz cagada, mata trocentas pessoas, inclusive criancinhas lindas e inocentes. Os americanos reagem decidindo cadastrar e treinar os Super Heróis, quem se recusar é preso! De um lado temos o Homem de Ferro defendendo o registro e de outro, pasmem, o Capitão América defendendo a mesma liberdade que sempre defendeu desde os tempos da Segunda Guerra, só muda o nazista chefe. O fim da guerra civil que mostra a liberdade sendo extinta quando Stark ganha a guerra, mata-se o antigo, o tradicional e inocente período para acrescentar o novo, moderno contexto mundial.
O Capitão América se rende, a liberdade se entrega. Steve Rogers é preso, leva um balaço no peito, morre. O velho americano está morto.
Surge então o novo Capitão América, com um visual mais agressivo na figura de seu ex-parceiro mirim Bucky. Agora um assassino com um braço de ferro que porta além do escudo, uma arma de fogo! Ainda prefiro o Capitão representando o lado mais inocente e democrático, usando seu escudo para proteger inocentes, sendo um herói que toma leite. Sempre vi o capitão como um representante da América, e na minha humilde e correta opinião, a verdadeira América está no coração de seu povo e não em seus governantes! Pra mim, o Capitão América é a encarnação dos desejos de liberdade e esperança de um povo. Se o Novo capitão América é assim, significa que algo está mudando no pensamento coletivo americano, a tendência agora é a segurança em detrimento da liberdade.
Um dos motivos pelos quais nunca daria certo um "Capitão Brasil”: Aqui todo mundo age como se o povo tivesse perdido a inocência, sem aquela esperança de que as coisas um dia dêem certo, mas a verdade é que, como todas as pessoas de bom coração, o povo brasileiro se coloca uma fachada de desesperança e de conformismo, achando que para heróis funcionarem aqui no Brasil, só nos moldes de Capitães Nascimento da vida: violentos, torturadores, sem pudor nenhum de fazer o que for necessário para deter os criminosos, machos pra caramba! Tudo isso porque é mais fácil de lidar com a realidade atual assim.
O Mundo muda e os quadrinhos acompanham essa mudança, como toda mídia é influenciada pelo contexto e pelas tendências que vivenciam em sua época.
Na semana que vem vou falar de parceiros mirins, de como essa moda era bem comum até os anos setenta e de como foram abandonados quase que completamente até retornarem com tudo em nossa década!
Parte 1: O Mundo Muda.
- Contém spoilers de fatos ainda não mostrados no Brasil, leia por sua conta e risco.
Vamos falar do Capitão América, símbolo patriótico máximo da Marvel Comics, personagem criado para combater nazistas lazarentos que durante a Segunda Guerra almejavam acabar com a democracia, instaurando uma tirania satânica no mundo todo! Os heróis americanos nunca poderiam permitir que isso acontecesse, a molecada da gringolândia se esbaldava com as aventuras do bandeiroso e seu parceirinho Bucky contra os inimigos da liberdade!
Tudo a mil maravilhas até acabar a guerra, o Capitão perde sua utilidade e é engavetado, congelado por trocentos anos. O resto vocês já sabem, é encontrado pelos Vingadores, descongelado, torna-se integrante do grupo, vira um modelo de liderança, bom comportamento, moral e honra. E suas historinhas seguiam um curso normal com altos e muitos baixos até o Onze de Setembro.
O sonho americano utópico construído até a queda do muro de Berlim morreu de vez com a as torres Gêmeas, onde o americano babão abre mão de sua liberdade em prol da sua segurança, o tal do Patriotic Act. É inegável o fato de que os quadrinhos sofrem influência do contexto mundial em que são criados, muitas vezes com uma alta consciência de seus escritores! Isso na verdade é algo bastante comum, afinal por mais fantásticas e fora da realidade que sejam as histórias, elas saem da mente de escritores humanos, cujas idéias derivam daquilo que vivenciam, direta ou indiretamente.
O simbolismo traduzido nos quadrinhos é fantástico e direto: um grupinho de Zé Ruelas superpoderosos faz cagada, mata trocentas pessoas, inclusive criancinhas lindas e inocentes. Os americanos reagem decidindo cadastrar e treinar os Super Heróis, quem se recusar é preso! De um lado temos o Homem de Ferro defendendo o registro e de outro, pasmem, o Capitão América defendendo a mesma liberdade que sempre defendeu desde os tempos da Segunda Guerra, só muda o nazista chefe. O fim da guerra civil que mostra a liberdade sendo extinta quando Stark ganha a guerra, mata-se o antigo, o tradicional e inocente período para acrescentar o novo, moderno contexto mundial.
O Capitão América se rende, a liberdade se entrega. Steve Rogers é preso, leva um balaço no peito, morre. O velho americano está morto.
Surge então o novo Capitão América, com um visual mais agressivo na figura de seu ex-parceiro mirim Bucky. Agora um assassino com um braço de ferro que porta além do escudo, uma arma de fogo! Ainda prefiro o Capitão representando o lado mais inocente e democrático, usando seu escudo para proteger inocentes, sendo um herói que toma leite. Sempre vi o capitão como um representante da América, e na minha humilde e correta opinião, a verdadeira América está no coração de seu povo e não em seus governantes! Pra mim, o Capitão América é a encarnação dos desejos de liberdade e esperança de um povo. Se o Novo capitão América é assim, significa que algo está mudando no pensamento coletivo americano, a tendência agora é a segurança em detrimento da liberdade.
Um dos motivos pelos quais nunca daria certo um "Capitão Brasil”: Aqui todo mundo age como se o povo tivesse perdido a inocência, sem aquela esperança de que as coisas um dia dêem certo, mas a verdade é que, como todas as pessoas de bom coração, o povo brasileiro se coloca uma fachada de desesperança e de conformismo, achando que para heróis funcionarem aqui no Brasil, só nos moldes de Capitães Nascimento da vida: violentos, torturadores, sem pudor nenhum de fazer o que for necessário para deter os criminosos, machos pra caramba! Tudo isso porque é mais fácil de lidar com a realidade atual assim.
O Mundo muda e os quadrinhos acompanham essa mudança, como toda mídia é influenciada pelo contexto e pelas tendências que vivenciam em sua época.
Na semana que vem vou falar de parceiros mirins, de como essa moda era bem comum até os anos setenta e de como foram abandonados quase que completamente até retornarem com tudo em nossa década!
13 comentários:
AEEEEEEE
1º na coluna do ser supinpa, quero dizer supremo!!!
Só esqueceu de dizer q o Capitas antigo tomava leite de pera e ovomaltine morno!
hauahauhauha
Parabens pela coluna! Que venham outras más, quero dizer, mais
Mto boa a coluna de estréia.
Embora eu ache o nacionalismo americano exagerado demais, (pelo menos pra quem vê de fora é essa a impressão que dá), acredito que um pouco disso por nosso pais faria bem ao Brasil.
Não que precise chegar ao ponto de termos uma Capitão Brasil por exemplo, hehehe
Infelizmente o Brasil se torna patriota de 4 em 4 anos com a chegada da copa do mundo! O Patriotismo americano é uma marca do país, até mesmo a tragédia do 11 de setembro foi transformado num sentimento patriota ainda maior. E como disse o Freud, só um poquinho disso no Brasil faria um bem danado.
Freud, v e turma:
Meus parabéns pelo blog, muito promissor.
Se os MDMs não se cuidarem, vão cair pra segunda!
PS: aqui eh o jack bauer
Mandaram bem, o blog ta bem bacana, num li tudo ainda, pra falar a verdade li so essa coluna...
vamos ao post:
eu acho engraçado a galera criticar o patriotismo americano, mas muitos daqui não lembram que nos não somos patriotas, que, como o Duende Amarelo disse, viramos isso so na epoca da copa do mundo e quiça Olimpiadas, eu admiro o amor que os caras la te sobre seu pais e se nos teivessemos um pouquinho, teriamos mais força pra resolver os problemas de nosso pais...
p.s.: sou fanzaço do Capitão, e tambem sou o Junior_1 dos coments do MDM!! auiheiu
Não é só ous USAses pue são patriotas... Basta olhar do lado, A Argentina, com seus agentinos (dã) mediocres, xexelentos e ruins de futebol mas são muito mais patriotas q nós...
Skrull da Terra 13
Não é só ous USAses pue são patriotas... Basta olhar do lado, A Argentina, com seus agentinos (dã) mediocres, xexelentos e ruins de futebol mas são muito mais patriotas q nós...
Skrull da Terra 13
nao dá pra eu falr mto de cap america pq nunca acompanhei o personagem.... comecei a gostar dele no Supremos e na Guerra civil..... e nas duas não é o cap q toma leite q domina as historias....
mas sobre o lance do patriotismo...
o cap é o reflexo do heroi americano... e esse novo cap só vem pra provar o qnto mudou essa "imagem" de heroi para os americanos... trocando o escudo pela arma!
Na verdade, até que brasileiro é patriota sim. Mas não nos conceitos americanos ou Europeus. Gostamos sim do país e os defendemos com afinco quando podemos fazê-lo sem chamar a atenção. Como exemplo cito uma conversinha de boteco onde duas pessoas que foram para gringolândia Europeia destacam que aqui a carne é mais barata e não entende por que os porcões franceses não tomam banho...
Somos patriotas discretos, egoístas e hipócritas... exatamente do mesmo tanto que somos racistas! Ninguém admite por que é feio, podem rir da tua cara... mas quando tem copa pode!
Pior que sou obrigado a concordar com o Lock, inclusive já falei para alguém praticamente a mesma coisa que ele colocou na coluna (seria plágio? Processoooooooooooo), mas adiciono ao comentário que, para mim o Capitão américa funciona mais como mártir, ou seja, um car amorto que por causa disso se tornou um símbolo de verdade e justiça, do que tendo revista mensal, seja com o original ou com um substituto.
COncordo também com a questão do Brasileiro ser patriota, mas tem vergonha de admitir, pois, parafraseando um poeta, "em terra de corruptos, tenho vergonha de ser honesto", o mesmo se aplica à ser patriota.
Texto grande, pouco tempo, depois leio quando nao tiver numa lan.
Agora sim, para esses simbolos patriotas servem mais mortos que vivos por inspirarem esperança, já dizia o Batman para o Super em Crise Infinita 1.
A marvel que o diga, as vendas do capitão america defunto estão vendendo trocentas vezes mais do que quando o cabra tava vivo!
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